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O (arrojado) beirão de quem todos gostam
Na década de 60 - numa altura em que António de Oliveira Salazar via os seus níveis de popularidade descer entre os portugueses, de dia para dia, devido à Guerra do Ultramar – José Carranca Redondo teve a coragem e o arrojo de lançar no mercado um cartaz publicitário, a desafiar o ditador, com o slogan “O beirão de quem todos gostam”.
Na época, o empresário chegou a ser chamado à atenção por um respeitado professor primário da Lousã, que o corrigiu: - “Oh senhor José, olhe que não é o beirão de quem todos gostam, mas sim o beirão de que todos gostam, porque se trata de um objeto e não de uma pessoa”. Consta que Carranca Redondo - que sabia melhor do que ninguém o que queria dizer - terá agradecido o reparo mas garantido que ia manter o “erro” e a frase nunca foi “corrigida”.
Consta também que Salazar, beirão, nascido em Santa Comba Dão, em plena Beira Alta, quando informado do arrojo publicitário do empresário sorriu e, com um imprevisto sentido de humor, limitou-se a comentar para um dos seus secretários, Sollari Allegro, casado com uma senhora da Lousã:
- Esse seu conterrâneo tem muita piada.