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À conversa com... Eduardo Vicente, Chefe de Bar da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra

por Loja LB em

O Licor Beirão é “uma bebida bem equilibrada e muito versátil”

Eduardo Vicente tem 51 anos e é o responsável pela criação de dois dos maiores êxitos do Licor Beirão: o Caipirão e o Morangão! Fomos falar com ele e descobrimos como nasceram estes dois famosos cocktails; as histórias dos alunos que prepara todos os anos, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra; e muitas outras histórias de balcão, que Eduardo coleciona há já 26 anos. O chefe de bar, que se inspira “na vida” para criar os seus cocktails e tem um “gosto especial” por trabalhar produtos portugueses, sublinha o “excelente trabalho de promoção a nível nacional, e até internacional”, feito pelo Licor Beirão e aconselha todos a experimentarem o Licor de Portugal com “Ginger Beer, folhas de hortelã e muito gelo”! Quem arrisca experimentar a sugestão do homem atrás do balcão?

Nome: Eduardo Vicente.

Idade: 51 anos.

Onde é que vive? Coimbra.

Onde é que trabalha? Na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

Trabalha como bartender desde...? 1990.

Eduardo Vicente

Como é que entrou no mundo dos bares? Em 1989, fui convidado para trabalhar como cozinheiro num bar que ia abrir em Coimbra, pois tinha tirado o curso de cozinha há um ano, só que rapidamente passei para o bar. Como não tinha formação na área de bar dirigi-me à escola de Hotelaria de Coimbra que tinha acabado de abrir e tirei uma formação de bar. Ia conciliando o trabalho de barman e de cozinheiro, que é a minha outra paixão, duas áreas que se complementam muito bem.

O Eduardo é o inventor do Caipirão e do Morangão. Quer explicar-nos como é que criou estes cocktails? Estas duas criações têm histórias engraçadas, como todas as histórias dos cocktails. O Caipirão surge numa conversa de bar, durante a qual a Suzana Redondo [Suzana Redondo é filha do fundador do Licor Beirão, José Carranca Redondo] me apresentou o Daniel Redondo [atual Diretor Geral da J. Carranca Redondo, Lda.] que queria trabalhar o Licor Beirão de outra forma, para além do tradicional licor puro ou com gelo. Foi-me sugerido que criasse alguns cocktails à base de Licor Beirão. Como eu gosto, especialmente, de trabalhar produtos portugueses, e até já tinha alguns cocktails feitos com Licor Beirão foi só voltar a repensar formas de trabalhar este licor. Numa tarde de junho de 2002, com um calor abrasador, fomos fazer uma sessão de fotografia com as criações que tinha feito. Deixei para o fim o famoso Caipirão, que foi logo do agrado de todos, batizado assim por resultar da junção entre a Caipirinha e o Beirão. O Morangão surgiu em 2008, em França, numa excursão de finalistas com os alunos da Escola de Hotelaria. Todas as noites, depois das visitas, o pessoal reunia-se numa sala reservada pelo hotel para confraternizarmos. Até que, uma noite, a sala estava ocupada e tivemos que ir para o parque de merendas... Lá fomos e levámos Licor Beirão e morangos. Provei os dois juntos e gostei da harmonização; perguntei logo aos meus alunos se ainda havia limas (pois íamos bem abastecidos). Macerei os morangos, juntando sumo de lima, Beirão e gelo, e foi a bebida da noite até haver morangos e Licor Beirão. Quando cheguei a Portugal, afinei as capitações e telefonei ao Daniel a dizer que tinha outra criação com o Licor Beirão.  

Imaginava que estas duas criações teriam tanto sucesso? Em Coimbra sim, pois foram muito bem aceites pelos clientes que frequentavam os bares. Mas acaba por ser natural, pois tem havido um excelente trabalho de promoção a nível nacional, e até internacional, feito pelo Licor Beirão. São duas composições simples, sem grande complexidade, como são grande parte dos cocktails clássicos a nível mundial, que têm perdurado durante décadas. Espero que, um dia, estas criações se tornem também um clássico a nível mundial, que é o sonho de qualquer barman.

Como é que surgiu a ideia de criar uma versão portuguesa da caipirinha, usando o Licor de Portugal? Eu tenho um gosto especial por trabalhar produtos portugueses. Tenho várias criações com Vinho do Porto, licores e aguardentes nacionais, vinho (também há uma versão da caipirinha com a casta tinta roriz). Já várias marcas internacionais de licores tentaram fazer uma versão da caipirinha mas sem grande sucesso. Porque não experimentar com Licor Beirão? Juntar a acidez da lima com o doce equilibrado e aromático dado pelas especiarias e plantas do Licor Beirão parecia ser o casamento perfeito. E foi!

Estes dois cocktails misturam a tradição do Licor de Portugal e a modernidade dos cocktails de frutas, de verão. Este “casamento” entre o tradicional e o contemporâneo é uma fórmula de sucesso? Sem dúvida. O Licor Beirão é uma bebida que dá para fazer excelentes combinações. A prova é o mais recente livro que o Licor Beirão editou Cocktails de Assinatura Licor Beirão, onde se pode ver a diversidade de combinações criadas pelos bartenders de norte a sul de Portugal, e onde está também outra criação minha, mais elaborada, o “R&BEY”.

É Chefe de Bar da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra. O mundo dos bares e dos cocktails continua a atrair muitos jovens? O mundo do Bar e os cocktails sempre atraíram os jovens para formação, porque é um mundo inesgotável. Todos os dias aparecem produtos novos que fazem com que a criatividade não se esgote, o que torna apelativa esta profissão.  

Como é que definiria os jovens que chegam hoje às escolas de hotelaria? Têm uma grande vontade de aprender, com rapidez, como se fazem cocktails. Mas a escola e a formação de bar não é só fazer cocktails. Há muito trabalho, durante 3 anos! E, muitas vezes, não é fácil motivar os jovens com 15/16 anos para a profissão. A escola é a base da formação, mas a formação não acaba aqui, é preciso estar em permanente formação.

O que é que gosta mais no seu trabalho? Poder partilhar o meu conhecimento com os meus formandos, e aprender com eles também. Vê-los a conquistar os seus sonhos, e sentir que contribuí para essa conquista.


Eduardo Vicente, inventor do Caipirão Eduardo Vicente e Licor Beirão

O seu trabalho leva-o a viajar com frequência. Qual é a imagem que as bebidas portuguesas têm lá fora? Infelizmente, ainda são poucas as bebidas portuguesas conhecidas além-fronteiras. Tirando o Vinho do Porto e agora o Licor Beirão (fruto de todo o trabalho promocional que tem feito) todas as outras bebidas são pouco conhecidas. Estive recentemente em New Orleans, no Tales of The Cocktails e para meu espanto durante um dos concursos o concorrente de Cincinnati utilizou Vinho do Porto.

Na sua opinião, o que é que diferencia o Licor Beirão das outras bebidas? É uma bebida bem equilibrada muito versátil, que tem um fim de boca longo.

Qual é a sua forma preferida de beber Licor Beirão? Depende do momento. Simples, depois de uma refeição, ou, como refrescante, com ginger beer, sumo de lima e folhas de hortelã.

Em que é que se inspira para a criação dos seus cocktails? Na vida.

O que é que os portugueses mais pedem quando vão a um bar? Ficam pela cerveja ou já começam a arriscar experimentar cocktails mais elaborados? Em todos os bares onde trabalhei sempre vendi muitos cocktails, porque sempre fomentei o culto pelo cocktail nos meus clientes. Dos famosos clássicos, passando por sugestões diárias, ou por criações que surgiam no momento, tentava sempre criar uma resposta para as expectativas do cliente. Procurava surpreender os clientes e eles gostavam.

Costuma contar aos clientes as histórias em torno dos diferentes cocktails? Eles perguntam? Querem saber mais? Servir um cocktail que tenha uma história associada é mais interessante. Os clientes gostam de saber as origens, são muito curiosos.

Se um cliente lhe pedir uma sugestão, qual é a melhor forma de beber Licor Beirão nesta estação? Copo long drink, com 5cl de Licor Beirão, 2cl sumo de lima, 20cl Ginger Beer, folhas de hortelã e muito gelo.

O melhor sítio para um Beirão ao final da tarde: Sem dúvida, no “Vicente Terrace” (na minha casa) com boa companhia e a criar boas misturas com Licor Beirão. Ficam desde já convidados...

Obrigado, Eduardo! 

 

 

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